quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Pêlos...

Para ler ouvindo More do Pink Floyd.

É engraçado como a rusticidade masculina vem se tornando cada vez mais suave e cada vez mais discutida entre os homens. Há um tempo atrás, ao que me lembro, qualquer homem que colocasse brinco na orelha era apontado como frutinha, viadinho, baitola, vascaino e etc.

Conforme o tempo foi passando as pessoas, de alguma forma, se tornaram mais toleráveis a diversos comportamentos, tanto masculinos quanto femininos. Até o surgimento do homem metropolitano, que abriu mão de toda a rusticidade herdada dos vikings e de toda trogloditagem dos jagunços do cerrado para passar base na unha e hidratante no rosto.
Como diria meu amigo Wood: -Pusta-que-o-pariu Bichoooo!


Na época do meu avô, usava-se navalha afiada na pia da cozinha e usava o reflexo da bacia de alumínio como espelho, a qual posteriormente era cheia com água do poço para lavar o rosto. O que ele diria se me visse passando loção pós-barba depois de afeitar-me (termo técnico usado pelos anciãos, meu avô que me ensinou, apesar de eu não afeitar-me com frequência) com espuma de barbear e barbeador de três laminas?! Certamente faltaria milho pro meu joelho!

Dentre outras coisas, tornou-se a negar aquilo que à primeira vista, o distingue do sexo oposto, passando a enojar o último fio de rusticidade de sua época. A princípio usou-se como desculpa a higiene, mas com o passar do tempo mostrou-se a principal aversão escondida nos propósitos desse movimento metropolitano, a aversão aos pêlos.

Como os padrões de beleza sempre ajudam a moldar nossas opiniões, não demorou muito para os pêlos se tornaram um problema. Logo, com o passar do tempo, alguns “homens” tornaram-se adeptos da depilação de axilas suvaco, o peito e até braços e pernas. Acredito que essa prática começou nos primórdios do movimento gay e foi sendo absorvida por heterossexuais e posteriormente se transformando no que conhecemos como metrossexuais, que na verdade é apenas um grupo homens que ainda não se decidiram em qual lado do muro quer ficar.

Mesmo assim, existe muito marmanjo por ai que não se considera metrossexual, mas que se depila para ir ao baile funk, balada GLS ou na aula de jiu-jitsu (principalmente este último). Geralmente são os que pagam de gogo-boy, sem camisa na balada e passando um puta frio glacial apenas para mostrar que estão com o brioco liso e a depilação em dia.

Ainda não sei se isso é um padrão para o futuro ou se prevalecerá à diversidade de gostos. Será que a mulherada vai preferir um homem que deixa o sabonete cheio de pelos ou um homem que gasta todos os seus hidratantes, esmaltes, máscaras e maquiagem apenas para ir à padaria buscar pão!?


Firme e peludo, barba pra fazer, pentelhos para aparar, banho pra tomar...


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